Conheça mais sobre os tumores cerebrais pediátricos
Os tumores cerebrais em crianças geralmente vêm de tecidos diferentes daqueles que afetam os adultos. Os tratamentos, que são razoavelmente bem tolerados pelo cérebro adulto (como a radioterapia), podem impedir o desenvolvimento normal do cérebro de uma criança, especialmente em crianças menores de cinco anos. A maioria desses tumores cerebrais cresce na fossa posterior (ou nas costas) do cérebro.
Raramente os tumores cerebrais podem espalhar para fora do sistema nervoso central, mas frequentemente podem se espalhar para outras partes do cérebro e medula espinhal. Alguns tipos de tumores cerebrais são mais comuns em crianças do que em adultos. Os tipos mais comuns de tumores pediátricos são meduloblastomas, astrocitomas de baixo grau, ependimomas, craniofaringiomas e gliomas de tronco encefálico.
Quais sintomas podem estar relacionados aos tumores cerebrais na infância?
Os sintomas variam dependendo da localização do tumor cerebral. Dentre os sintomas mais frequentes, podemos citar:
- Dores de cabeça que podem acordar o paciente à noite;
- Convulsões;
- Irritabilidade importante ou sonolência da criança;
- Fraqueza ou paralisia em uma parte ou um lado do corpo;
- Perda de equilíbrio ou tontura;
- Alteração da visão;
- Diplopia (visão dupla);
- Estrabismo (não paralelismo entre os olhos, quando apontam para direções diferentes);
- Náusea ou vômito, dificuldade para engolir;
- Confusão e desorientação;
Quais os tumores cerebrais mais comuns na infância?
Existem muitos tipos diferentes de tumores cerebrais primários nas crianças. Cada um recebe seu nome a partir do tipo de células envolvidas. Exemplos incluem:
Gliomas:
É um termo geral utilizado para nomear um grupo de tumores que se iniciam em células da glia, as células que dão sustentação aos neurônios no cérebro. Os astrocitomas (como por exemplo o astrocitoma pilocítico – grau I) são o tipo mais comum de glioma na infância, e se desenvolve a partir de células denominadas astrócitos. Os astrocitomas podem ser de crescimento lento ou rápido. Em crianças, algumas localizações são mais características e frequentes do que em adultos, como as vias ópticas, tálamo, cerebelo e tronco;
Ependimomas:
Correspondem a aproximadamente 5% dos tumores cerebrais na infância e se desenvolvem a partir das células ependimárias e do quarto ventrículo (maioria deles localizados na fossa posterior). A maioria dos ependimomas é diagnosticada em crianças ou adolescentes e cerca de 5% deles têm disseminação para o sistema nervoso pelo líquor no momento do diagnóstico;
Craniofaringiomas:
Esses tumores raros começam perto da glândula hipófise, que secreta hormônios que controlam muitas funções do corpo. À medida que o craniofaringioma cresce lentamente, ele pode afetar a glândula pituitária e outras estruturas próximas ao cérebro. Podem ainda comprimir os nervos ópticos, causando perda de visão;
Tumores Neuroectodérmicos Primitivos (PNETs):
São tumores provenientes de células imaturas do sistema nervoso central, denominadas células neuroectodérmicas. Esses tumores correspondem a cerca de 20% dos tumores cerebrais na infância. Dependendo de sua localização, eles têm nomes diferentes, sendo o mais comum deles o meduloblastoma;
Meduloblastomas:
Esses tumores são tumores de alto grau de malignidade e são mais comuns em crianças, embora possam ocorrer em qualquer idade. Um meduloblastoma começa na fossa posterior (parte posterior da cabeça) e tende a se espalhar pelo sistema nervoso central;
Tumores de Células Germinativas:
São tumores que se desenvolvem a partir das células germinativas (embrionárias). Durante o desenvolvimento normal do embrião e do feto, as células germinativas vão para os ovários ou testículos e se desenvolvem em óvulos ou espermatozoides. Algumas vezes, no entanto, algumas células germinativas se movem de forma errática e migram para locais atípicos, como o cérebro, podendo levar ao desenvolvimento desses tumores. O tumor de células germinativas mais comum do sistema nervoso é o germinoma. Outros tumores incluem: coriocarcinoma, carcinomas embrionários, teratomas e tumores do seio endodérmico.
Estes tumores podem às vezes ser diagnosticados apenas pela dosagem de certos hormônios no líquido cefalorraquidiano ou no sangue. O tratamento desses tumores pode envolver principalmente a radio e quimioterapia após o seu diagnóstico.
Qual o tratamento para os tumores cerebrais na infância?
O tratamento da maior parte dos tumores citados acima é primariamente cirúrgico, podendo ser complementado com radioterapia ou quimioterapia dependendo de cada caso. O tratamento sempre deve ser conduzido por equipe multidisciplinar, envolvendo neurocirurgião, oncologista pediátrico, pediatras, fisioterapeutas, psicólogos, dentre outros.